terça-feira, 10 de novembro de 2009

Capítulo 33 - A América no Século XX



Populismo

O termo populismo acabou por ser mais identificado com certos fenômenos políticos típicos da América Latina, principalmente a partir dos anos 1930, estando associado à industrialização, à urbanização e à dissolução das estruturas políticas oligárquicas, que concentravam firmemente o poder político na mão de aristocracias rurais.

Revolução cubana

Sob a liderança de Fidel Castro, Camilo Cienfuegos e Ernesto “Che” Guevara, um pequeno grupo de aproximadamente 80 homens se espalhou em diversos focos de luta contra as forças do governo. Entre 1956 e 1959, o grupo conseguiu vencer e conquistar várias cidades do território cubano. No último ano de luta, conseguiram finalmente acabar com o governo de Fulgêncio Batista e estabelecer um novo regime pautado na melhoria das condições de vida dos menos favorecidos.

Entre outras propostas, o novo governo defendia a realização de uma ampla reforma agrária e o controle governamental sob as indústrias do país. Obviamente, tais proposições contrariavam diretamente os interesses dos EUA, que respondeu aos projetos cubanos com a suspensão das importações do açúcar cubano. Dessa forma, o governo de Fidel acabou se aproximando do bloco soviético para que pudesse dar sustentação ao novo poder instalado.

Capítulo 32 - África e Ásia após a segunda guerra




O Colonialismo e o Imperialismo contribuíram para tornar a maioria dos países africanos e asiáticos os mais pobres do mundo. Depois da 2ª Guerra Mundial, a maioria destes países se tornou independente, mas continuaram subordinados aos interesses imperialistas. Estes países constituem o que chamamos de Terceiro Mundo.

A descolonização da África e da Ásia

Entre 1945 e 1960 a maioria dos países africanos e asiáticos conquistou a independência. O declínio da Europa após a Segunda Guerra foi um dos principais motivos para isso ocorrer. Ela já não tinha o mesmo poder do passado para impor sua vontade sobre todos os povos do mundo. O apoio dado pelas superpotências EUA e URSS também ajudaram na independência das colônias. Os EUA queriam acesso a um mercado muito maior, por isso o apoio à independência. Já a URSS queria se mostrar companheira às lutas de libertação, ganhando a amizade dos novos povos independentes.

A luta dos próprios povos coloniais também foi fundamental. O direito de ser livre, e o repúdio ao racismo e ao imperialismo levaram os povos oprimidos a lutarem e conquistarem sua independência.

Descolonização na Ásia

A maioria dos países asiáticos conseguiu a independência por guerra de libertação ou concessão pacífica da independência pelas metrópoles.

Quando ocorria guerra, normalmente o novo país passava por um processo de transformações inspiradas no socialismo. A explicação para isso é que as elites dos países colonizados se uniam à metrópole na exploração da colônia.

Quando a metrópole simplesmente concedia independência à colônia, era porque haviam transferido o poderio à elite dali. Assim, a metrópole seguia exercendo predomínio econômico sobre a ex-colônia. Era o neocolonialismo.

Descolonização na África

Em 1956, haviam apenas três países africanos independentes. Em cinco anos este número pulou para trinta e dois.

Iremos citar dois exemplos: Argélia e Congo.

Na Argélia os colonos franceses dominavam as terras boas, e viviam no luxuoso estilo de vida europeu, enquanto os argelinos viviam em favelas. Em 54 surgiu a Frente de Libertação Nacional, que usava táticas de guerra para lutar pela independência. A França reprimiu brutalmente, assassinado e torturando presos políticos. Apesar disso, os argelinos resistiram. Enquanto a esquerda francesa apoiava a libertação, a direita criou uma organização terrorista que atacava os anticolonialistas. No fim, o povo argelino venceu, quando o presidente francês Charles de Gaulle aceitou a independência do país, em 62.

O Congo pertencia à Bélgica e conquistou independência em 60, após manifestações de revolta popular. Porém, multinacionais interessadas em explorar o rico subsolo do país financiaram mercenários, que promoveram a separação da província de Katanga do resto do país. Estourou uma guerra civil. O presidente Kasavubu fez um acordo com o inimigo e traiu o primeiro-ministro, que foi preso e executado pelos rebeldes. A grana dos EUA e os mercenários belgas ajudaram a trucidar todos que ousaram defender propostas nacionalistas e de esquerda. Após uma trégua em que cada líder passava rasteira no outro, o general Mobutu impôs uma ditadura que abriu o Congo aos interesses das empresas estrangeiras.

Capítulo 31 - O mundo Socialista




Socialismo refere-se a qualquer uma das várias teorias de organização econômica advogando a propriedade pública ou coletiva e administração dos meios de produção e distribuição de bens e de uma sociedade caracterizada pela igualdade de oportunidades/meios para todos os indivíduos com um método mais igualitário de compensação. O socialismo moderno surgiu no final do século XVIII tendo origem na classe intelectual e nos movimentos políticos da classe trabalhadora que criticavam os efeitos da industrialização e da sociedade sobre a propriedade privada. Karl Marx afirmava que o socialismo seria alcançado através da luta de classes e de uma revolução do proletariado, tornando-se a fase de transição do capitalismo para o comunismo.

URSS e a Segunda Guerra: De 1941 a 1945, a participação da União Soviética na Segunda Guerra Mundial ficou conhecida como a Grande Guerra Patriótica, combatendo os soviéticos contra as forças invasoras da Alemanha Nazista, ao lado dos Aliados ocidentais. Quando a Alemanha nazista invadiu a URSS, os soldados de Adolf Hitler contavam com um grande prestígio devido às vitórias na frente ocidental e oriental e inicialmente conquistaram vitórias esmagadoras, mas com a união das várias nacionalidades que compõem a URSS e a eficácia das estratégias usadas pelo exército vermelho o exército alemão foi obrigado a recuar de suas posições até ser derrotado em seu próprio país em 1945. Nesse meio tempo o exército vermelho libertou da ocupação nazista vários países do Leste Europeu, contando com a ajuda das resistências internas de cada país. Com a invasão de Berlim, a capital alemã, pelos soviéticos, o ditador nazista, Adolf Hitler cometeu suicídio.

Krutchev: Nikita Krutchev conseguiu importantes vitórias mas as suas reformas revelaram-se insuficientes e falhou o intento de colocar o comunismo em boa via. Gorbatchov, 30 anos depois diria que pegando no testemunho de Krutchev fez nova tentativa com o mesmo objetivo e… com o mesmo resultado. Com ele fracassou a experiência soviética e o próprio país. Não estou certo que aqui os meus amigos renovadores do comunismo português tenham êxito maior mas apesar de tão temerária ambição desejo-lhes sinceramente o maior sucesso.

Na noite de 24 de Fevereiro de 1956, Nikita Krutchev não quis deixar para o dia seguinte a leitura aos delegados do seu explosivo relatório, verdadeira bomba atômica política, com a qual queria mudar o rumo da União Soviética, exorcizar o seu passado e sem dúvida consolidar o seu poder.

Fim da URSS: A queda do governo de Stálin trouxe à tona uma série de transformações que abriu portas para o fim da centralização política promovida pelo stalinismo. No governo de Nikita Kruchev, várias das práticas corruptas e criminosas do regime stalinista foram denunciadas. Depois de seu governo, Leonid Brjnev firmou-se frente a URSS de 1964 a 1982. Depois desse período, Andropov e Constantin Tchernenko assumiram o governo russo.

Nesse período, os problemas gerados pela burocratização do governo soviético foram piorando a situação social, política e econômica do país. O fechamento do país para as nações não socialistas forçou a União Soviética a sofrer um processo de atraso econômico que deixou a indústria soviética em situação de atraso. Além disso, os gastos gerados pela corrida armamentista da Guerra Fria impediam que a União Soviética fosse capaz de fazer frente às potências capitalistas.

A população que tinha acesso ao ensino superior acabou percebendo que o projeto socialista começava a ruir. As promessas de prosperidade e igualdade, propagandeadas pelos veículos de comunicação estatais, fazia contraste com os privilégios a uma classe que vivia à custa da riqueza controlada pelo governo. Esse grupo privilegiado, chamado de nomenclatura, defendia a manutenção do sistema unipartidário e a centralização dos poderes políticos.

No ano de 1985, o estadista Mikhail Gorbatchev assumiu o controle do Partido Comunista Soviético com ideias inovadoras. Entre suas maiores metas governamentais, Gorbatchev empreendeu duas medidas: a Perestróica ( reestruturação) e a glasnost (transparência). A primeira visava modernizar a economia russa com a adoção de medidas que diminuía a participação do Estado na economia. A glasnost tinha como objetivo abrandar o poder de intromissão do governo nas questões civis.

Em esfera internacional, a União Soviética buscou dar sinais para o fim da Guerra Fria. As tropas russas que ocupavam o Afeganistão se retiraram do país e novos acordos econômicos foram firmados junto aos Estados Unidos. Logo em seguida, as autoridades soviéticas pediram auxílio para que outras nações capitalistas fornecessem apoio financeiro para que a nação soviética superasse suas dificuldades internas.

A ação renovadora de Mikhail Gorbatchev criou uma cisão política no interior da União Soviética. Alas ligadas à burocracia estatal e militar faziam forte oposição à abertura política e econômica do Estado soviético. Em contrapartida, um grupo de liberais liderados por Boris Ieltsin defendia o aprofundamento das mudanças com a promoção da economia de mercado e a privatização do setor industrial russo. Em agosto de 1991, um grupo de militares tentou dar um golpe político sitiando com tanques a cidade de Moscou.

O insucesso do golpe militar abriu portas para que os liberais tomassem o poder. No dia 29 de agosto de 1991, o Partido Comunista Soviético foi colocado na ilegalidade. Temendo maiores agitações políticas na Rússia, as nações que compunham a União Soviética começaram a exigir a autonomia política de seus territórios. Letônia, Estônia e Lituânia foram os primeiros países a declararem sua independência. No final daquele mesmo ano, a União Soviética somente contava com a integração do Cazaquistão e do Turcomenistão.

No ano de 1992, o governo foi passado para as mãos de Boris Ieltsin. Mesmo implementando diversas medidas modernizantes, o governo Ieltsin foi marcado por crises inflacionárias que colocavam o futuro da Rússia em questão. No ano de 1998, a crise econômica russa atingiu patamares alarmantes. Sem condições de governar o governo, doente e sofrendo com o alcoolismo, Boris Ieltsin reiniciou ao governo. Somente a partir de 1999, com a valorização do petróleo no governo de Vladimir Putin, a Rússia deu sinais de recuperação.

Capítulo 30 - O capitalismo desenvolvido



A Segunda Guerra contribuiu para os EUA superarem a crise de 29.

McCarthy criou o Comitê de Investimento de Atividades Antiamericanas. O objetivo era perseguir os cidadãos norte-americanos que tivessem ideias de esquerda. O macartismo foi uma violência as direitos individuais.

O governo do Irã, nacionalizou uma grande companhia de petróleo inglesa. Nada satisfeito os EUA preparavam um golpe de Estado.

Jonh Kennedy era um presidente que se preocupava com as questões sociais. Criou a Aliança para o progresso, que era um programa para a economia da América Latina. Nesta mesma época ele tentou derrubar o governo revolucionário de Fidel Castro. Em 1963 ele foi assassinado.

O Vietña queria se tornar socialista, os EUA declarou então uma guerra.
Anos 50: surgiram novos pensamentos de liberdade, de consciência contra guerras, fomeç surgiu a revolução feminina, sexual e protestos racistas.

O escândalo Watergate foi a descoberta da espionagem eleitoral contra os democratas, fazendo com que Nixon renunciasse.

A Europa ocidental se benifico com o Plano Marshall, criando bem estar social na Europa. "Walfare State", ou seja, incentivo ao consumo.

Em 1973 surgiu a crise do petróleo pelo aumento de preço feito pela OPEP. No mundo inteiro a economia entrou em recessão que atingiu os anos 70, 80 e 90. Carter contribuiu para a diminuição da tensão mundial.
O governo de Reagan contribuiu para o fim da URSS, dava força para a os guerrilheiros e desprezava a America Latina.

O neoliberalismo era um plano econômico onde o estado intervia na economia.
* Itália: operação "mãos limpas, necessidade de combater as máfias".
* Inglaterra, Espanha, Grécia, Portugal: social democratas.
* Inglaterra: Margareth do partido conservador foi a rainha do neoliberalismo.
* França: de Gaulle tomou decisões marcantes na política externa. Mitterand ajudou a crescer a economia.
* Itália: país de muitos escândalos, muitos problemas internos influenciados pela máfia.

Tratado de Maastrich é a implantação de uma moeda única na Europa.

Capítulo 29 - Guerra Fria




Haviam duas superpotências rivais: os EUA e a URSS. Elas eram superpotências pois tinham maior produção econômica e maior força militar. Os EUA lideravam o capitalismo e o socialismo era liderado pela URSS.

A economia europeia sofreu bastante com a guerra. Os EUA ao contrário, tinham crescido espetacularmente. Por isso os EUA resolveram dar toda força para a reconstrução econômica europeia. Foi criado o Plano Mashall que consistia numa ajuda econômica.
A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) tinha o objetivo de unir forças militares ocidentais contra o comunismo.

A Guerra Fria tinha separado a Alemanha em duas partes: a parte ocidental capitalista e a parte oriental socialista.

Era evidente que a parte ocidental cresceu rapidamente e a oriental demorava a se erguer. Stálin decidiu construir o Muro de Berlim, que separava a parte ocidental da oriental.

A crise dos mísseis em Cuba aconteceu pelo fato de Cuba ter se tornado socialista. Os EUA não gostou e enviou navios de guerra.

Os EUA superaram a crise de 29 investindo na compra de armamentos, o que provocou o reaquecimento da tensão.

Após a morte de Stálin o mundo iniciava a coexistência pacifica.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Capítulo 25 - A crise de 1929


Com o término da Primeira Guerra Mundial os Estados Unidos passaram a ser o grande nome do capitalismo mundial. De maior devedor, o país passou a posição de maior credor mundial, pois concederam grandes empréstimos a outros países, vencedores e perdedores. Além disso, investiram na reconstrução da Europa e, ao mesmo tempo exportavam bastante para esse continente.

Porém, a partir de 1925, apesar de toda euforia, a economia norte-americana começou a ter sérios problemas. Enquanto a produção industrial e agrícola desenvolveu-se num ritmo acelerado, o aumento salarial foi muito lento. Além do mais, em conseqüência da progressiva mecanização da indústria e da agricultura o desemprego foi crescendo consideravelmente.

Após recuperarem-se dos prejuízos da guerra, os países europeus passaram a comprar cada vez menos dos Estados Unidos e a concorrer com o mesmo nos mercados internacionais. Pela falta de consumidores externos e internos, começaram a sobrar enormes quantidades de produtos no mercado norte-americano, caracterizando, assim, uma crise de superprodução, ou seja, muita mercadoria e poucos consumidores.

Na tentativa de controlar essa crise, os agricultores passaram a armazenar cereais. Para isso, tiveram que pedir empréstimos aos bancos, oferecendo suas terras como garantia, muitos perderam seus bens. Já as indústrias se viram forçadas a desacelerar o ritmo da produção e, conseqüentemente, a despedir milhares de trabalhadores, o que afetou ainda mais o mercado consumidor.

A Queda da Bolsa de Nova Iorque

Apesar da crise vivida naquele momento, os pequenos, médios e grandes investidores mantiveram suas especulações com ações. Isto é, comercializavam esses papéis por valores que não condiziam com a real situação das empresas. No entanto, chegou o momento em que a crise atingiu a Bolsa de Valores de Nova Iorque, um dos importantes centros do capitalismo mundial. Os preços das ações começaram a cair, os acionistas entraram na corrida para tentar vendê-las, mas não havia pessoas interessadas. No dia 29 de outubro de 1929, havia cerca de 13 milhões de ações à venda, mas faltavam compradores. O que resultou na queda dos preços das ações, provocando a quebra da Bolsa de Nova Iorque.

New Deal

Em 1932, com a promessa de solucionar os efeitos alarmantes da crise de 1929, Franklin Roosevelt foi eleito presidente dos Estados Unidos. Assim que assumiu o governo, pôs em prática um conjunto de medidas para tentar solucionar a crise, as quais ficaram conhecidas como New Deal. Com a adoção desse plano, o governo se desligava das idéias liberais, e passava a praticar o intervencionismo econômico. As principais medidas do New Deal foram:

• Concessão de empréstimos a empresários urbanos e rurais, que haviam falido com a crise;
• O governo passava a controlar a produção e os preços de grande parte dos produtos industriais e agrícolas;
• Construção de grandes obras públicas;
• Elevação dos salários, diminuição da jornada de trabalho e legalização de sindicatos.
• Criação do salário-desemprego e da assistência aos inválidos e velhos.

Capítulo 24 - A revolução russa



Introdução
No começo do século XX, a Rússia era um país de economia atrasada e dependente da agricultura, pois 80% de sua economia estava concentrada no campo (produção de gêneros agrícolas).

Rússia Czarista
Os trabalhadores rurais viviam em extrema miséria e pobreza, pagando altos impostos para manter a base do sistema czarista de Nicolau II. O czar governava a Rússia de forma absolutista, ou seja, concentrava poderes em suas mãos não abrindo espaço para a democracia. Mesmo os trabalhadores urbanos, que desfrutavam os poucos empregos da fraca indústria russa, viviam descontentes com os governo do czar.
No ano de 1905, Nicolau II mostra a cara violenta e repressiva de seu governo. No conhecido Domingo Sangrento, manda seu exército fuzilar milhares de manifestantes. Marinheiros do encouraçado Potenkim também foram reprimidos pelo czar.
Começava então a formação dos sovietes (organização de trabalhadores russos) sob a liderança de Lênin. Os bolcheviques começavam a preparar a revolução socialista na Rússia e a queda da monarquia.

A Rússia na Primeira Guerra Mundial
Faltava alimentos na Rússia czarista, empregos para os trabalhadores, salários dignos e democracia. Mesmo assim, Nicolau II jogou a Rússia numa guerra mundial. Os gastos com a guerra e os prejuízos fizeram aumentar ainda mais a insatisfação popular com o czar.
Greves, manifestações e a queda da monarquia
As greves de trabalhadores urbanos e rurais espalham-se pelo território russo. Ocorriam muitas vezes motins dentro do próprio exército russo. As manifestações populares pediam democracia, mais empregos, melhores salários e o fim da monarquia czarista. Em 1917, o governo de Nicolau II foi retirado do poder e assumiria Kerenski (menchevique) como governo provisório.
A Revolução Russa de outubro de 1917
Com Kerenski no poder pouca coisa havia mudado na Rússia. Os bolcheviques, liderados por Lênin, organizaram uma nova revolução que ocorreu em outubro de 1917. Prometendo paz, terra, pão, liberdade e trabalho, Lênin assumiu o governo da Rússia e implantou o socialismo. As terras foram redistribuídas para os trabalhadores do campo, os bancos foram nacionalizados e as fábricas passaram para as mãos dos trabalhadores.
Lênin também retirou seu país da Primeira Guerra Mundial no ano de 1918. Foi instalado o partido único: o PC (Partido Comunista).

A formação da URSS
Após a revolução, foi implantada a URSS ( União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Seguiu-se um período de grande crescimento econômico, principalmente após a NEP ( Nova Política Econômica ). A URSS tornou-se uma grande potência econômica e militar. Mais tarde rivalizaria com os Estados Unidos na chamada Guerra Fria. Porém, após a revolução a situação da população geral e dos trabalhadores pouco mudou no que diz respeito à democracia. O Partido Comunista reprimia qualquer manifestação considerada contrária aos princípios socialistas. A falta de democracia imperava na URSS.

Capítulo 23 - A primeira guerra mundial



A Primeira Guerra Mundial foi uma guerra ocorrida devido pretensões imperialistas entre 1914 até 1918, com conflitos principalmente em regiões européias.

Antecedentes

Nas últimas décadas do século XX, o mundo assistiu à explosão de uma Guerra Civil na Iugoslávia que resultou no desmantelamento desse país e no surgimento da Eslovênia, Croácia e Bósnia-Herzegovina, como nações independentes.
O conflito entre sérvios, croatas e bósnios irrompeu em função das diversas étnicas, religiosas e políticas existentes entre eles.

As pretensões imperialistas ganharam profundos contornos a partir de 1870, pois, nessa época, a Europa Ocidental e também os Estados Unidos expandiram sua política econômica e organizaram poderosos impérios, devido à concentração de capitais procedentes do monopólio e da fusão das empresas. As indústrias pesadas exigiram a união das empresas, a fim de garantirem maiores lucros e bons preços. Por esse motivo, tornou-se acirrada a disputa de mercadoria e de fontes de matérias-primas.

Desde o Congresso de Viena, em 1815, a preocupação dos principais paises europeus passou a ser a busca da estabilidade internacional. Para isso, as nações buscaram o prestígio nacional e o fortalecimento militar, mantendo constante vigilância para impedir o crescimento das forças contrárias e a formação de alianças entre países afins. Esta inquietação ocorria mediante o "equilíbrio de poder".

Durante a metade do século XIX, as nações imperialistas dominaram povos e territórios em diversas partes do mundo. Assim, em poucas décadas, acumularam riquezas e aumentaram muito sua capacidade de produzir mercadorias. Da disputa por mercados consumidores entre essas nações nasceu a rivalidade. E desta, a Primeira Guerra Mundial. Além da disputa por mercados, existiram também outras razões para a eclosão da guerra. Abaixo, as mais importantes:

A rivalidade anglo-alemã: A origem dessa rivalidade entre a Inglaterra e a Alemanha foi a competição industrial e comercial. Em apenas três décadas, a contar de sua unificação, a Alemanha tornou-se uma grande potência industrial. Os produtos de suas fábricas tornaram-se mundialmente conhecidos, inclusive com enorme aceitação no mercado inglês. Fortalecida, a Alemanha passou a pressionar para que houvesse uma nova repartição do mundo colonial. A Inglaterra, por sua, vez, mostrava disposição em manter suas conquistas a qualquer custo.

A rivalidade franco-alemã: Na França, o antigermanismo também era muito forte, devido à derrota francesa na Guerra Franco-Prussiana e à perda da Alsácia e da Lorena para a Alemanha.

A rivalidade austro-russa: A Rússia desejava dominar o Império Turco-Otamano, a fim de obter uma saída para o mar Mediterrâneo, e, também, controlar a península Balcânica. Para justificar esse expansionismo, criou o pan-eslavismo movimente político segundo o qual a Rússia tinha o "direito" de defender e proteger as pequenas nações eslavas da península Balcânica.

O nacionalismo da Sérvia: A Sérvia era uma pequena nação eslava independente, situada na região dos Bálcãs, que almejava libertar e unificar os territórios habitados pelos povos eslavos desta região. Opondo-se aos austríacos e aos turcos, a Sérvia aproximou-se cada vez mais da Rússia, que comprometeu-se a apoiá-la e a protegê-la militarmente. Quando, em 1908, a Áustria ocupou a Bósnia-Herzegovina, a Sérvia passou a conspirar abertamente contra a Áustria.

Capítulo 22 - As Américas no século XIX


As Américas no século XIX

O Brasil do século XIX, durante o império, era um Brasil de economia agro-exportadora, com
um fraco mercado consumidor decorrente da mão de obra escrava. Politicamente era dominado
por uma elite oligárquica que concentrava em suas mãos todos os privilégios, não
diferindo muito dos dias atuais. Possuía uma classe média fraca e indefinida, no início
do século, e uma classe operária que só teria alguma expressão nas duas últimas décadas.

Era um país, teoricamente, independente mas, na prática, dirigido pelos interesses estrangeiros, onde se destacava a Inglaterra. O setor industrial ainda era inexpressivo.

Esse quadro não se altera muito em relação aos outros países da América Latina, também subjugados pelo capital internacional, cujos benefícios, quando existem, favorecem apenas uma minoria privilegiada.
Antes, a América Latina, incluindo o Brasil eram colônias de países europeus.

No século XIX, independentes, continuam sendo explorados de outra forma: o neocolonialismo
ou imperialismo. Há que considerar, o fato de ter havido dois períodos colonialistas ou
imperialistas que apresentavam os mesmos objetivos, a exploração econômica, mas com características diferentes.

No antigo colonialismo, séculos XVI\XVII, as potências estrangeiras estavam interessadas na obtenção de produtos tropicais, metais preciosos e na exportação para as colônias de produtos manufaturados, com a finalidade exclusiva de acúmulo de capitais, em particular, metais preciosos.

Já nesse novo momento, século XIX, o imperialismo, baseava-se predominantemente no domínio econômico, sendo que no campo político o domínio era menos explícito. Os produtos que agora ambicionam e necessitam são, principalmente, carvão, ferro, petróleo e produtos alimentícios.
As potências industrializadas continuam exportando suas manufaturas, inundando os mercados consumidores da América Latina, mas, o mais importante é exportar para estas regiões subdesenvolvidas, os capitais excedentes que busca oportunidades mais lucrativas. Uma outra utilidade dos países subdesenvolvidos da América Latina é a de servir de área para despejar o excesso populacional dos países da Europa, o que motiva, no século XIX, uma intensa imigração.
A massa de imigrantes que deixa a Europa na Segunda metade do século XIX, chegando á
América Latina, transforma profundamente a paisagem humana.

Ate meados do século XIX, a América é um território eminentemente índio e negro. O novo fluxo migratório passa a valorizar as áreas temperadas da Argentina, do Uruguai e do sul do Brasil,
para onde se dirigem, sobretudo, os italianos. Á partir da Segunda metade do século XIX, a Argentina recebe, por volta de 6 milhões de imigrantes, o Uruguai, 1 milhão e o Brasil, entre Italianos, portugueses, espanhóis e alemães, recebe cerca de 3 milhões.

Para a Argentina e o Brasil, essa onda migratória tem importantes reflexos econômicos.
A Argentina de importadora de cereais, passa a exportadora de trigo.
No Brasil, o centro de gravidade econômica desloca-se definitivamente do norte para o
sul\sudeste, com predomínio de São Paulo;

A população branca tende a sobrepujar as outras etnias passando de 31% para 52%;
A crise da mão de obra na lavoura cafeeira, provocada pela extinção do tráfico de escravos, é,
enfim, superada.
Essa chegada maciça de imigrantes europeus que valorizam as áreas temperadas em detrimento
das tropicais, é notada hoje no maior desenvolvimento das regiões sul do Brasil e do restante da América Latina e foi fator importante para os países desenvolvidos, na medida em que promoveu
o fortalecimento do mercado consumidor nessas regiões devido á mão de obra assalariada.

A América Latina, ao longo do século XIX, foi pressionada por uma forma de dependência
colonial causada pelo grande volume de capitais que aqui aportaram.
Os investimentos britânicos vão se concentrar, predominantemente, na Argentina, onde
controlavam as estradas de ferro e frigoríficos, reduzindo-a á condição de colônia
financeira da Grã Bretanha.

Em segundo lugar, o Brasil, onde os investimentos se dirigem para a construção de estradas de ferro, portos, exploração de jazidas minerais, plantações de café, correios, etc visando criar uma infra-estrutura econômica que servisse de base á exploração das riquezas que interessasse mais diretamente ao capital internacional.

Em seguida vem outros países como o México, Chile ,Uruguai, Peru e Cuba.
O segundo grande investidor é a França e o terceiro,a Alemanha. A América latina, mesmo
depois de libertar do jugo colonial ibérico, foi incapaz de conduzir sua economia de forma independente, convertendo-se em fornecedora de matérias primas e alimentos.

De fato, a independência é apenas parcial, pois a exploração econômica continua em outras
bases, de modo que a independência econômica fica por concluir.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Capítulo 21 - O Imperialismo


Na segunda metade do século XIX, países europeus como a Inglaterra, França, Alemanha, Bélgica e Itália, eram considerados grandes potências industriais. Na América, eram os Estados Unidos quem apresentavam um grande desenvolvimento no campo industrial. Todos estes países exerceram atitudes imperialistas, pois estavam interessados em formar grandes impérios econômicos, levando suas áreas de influência para outros continentes.

Com o objetivo de aumentarem sua margem de lucro e também de conseguirem um custo consideravelmente baixo, estes países se dirigiram à África, Ásia e Oceania, dominando e explorando estes povos. Não muito diferente do colonialismo dos séculos XV e XVI, que utilizou como desculpa a divulgação do cristianismo; o neocolonialismo do século XIX usou o argumento de levar o progresso da ciência e da tecnologia ao mundo.

Na verdade, o que estes países realmente queriam era o reconhecimento industrial internacional, e, para isso, foram em busca de locais onde pudessem encontrar matérias primas e fontes de energia. Os países escolhidos foram colonizados e seus povos desrespeitados. Um exemplo deste desrespeito foi o ponto culminante da dominação neocolonialista, quando países europeus dividiram entre si os territórios africano e asiático, sem sequer levar em conta as diferenças éticas e culturais destes povos.

Devido ao fato de possuírem os mesmo interesses, os colonizadores lutavam entre si para se sobressaírem comercialmente. O governo dos Estados Unidos, que já colonizava a América Latina, ao perceber a importância de Cuba no mercado mundial, invadiu o território, que, até então, era dominado pela Espanha. Após este confronto, as tropas espanholas tiveram que ceder lugar às tropas norte-americanas. Em 1898, as tropas espanholas foram novamente vencidas pelas norte-americanas, e, desta vez, a Espanha teve que ceder as Filipinas aos Estados Unidos.

Um outro ponto importante a se estudar sobre o neocolonialismo, é à entrada dos ingleses na China, ocorrida após a derrota dos chineses durante a Guerra do Ópio (1840-1842). Esta guerra foi iniciada pelos ingleses após as autoridades chinesas, que já sabiam do mal causado por esta substância, terem queimado uma embarcação inglesa repleta de ópio. Depois de ser derrotada pelas tropas britânicas, a China, foi obrigada a assinar o Tratado de Nanquim, que favorecia os ingleses em todas as clausulas. A dominação britânica foi marcante por sua crueldade e só teve fim no ano de 1949, ano da revolução comunista na China.

Como conclusão, pode-se afirmar que os colonialistas do século XIX, só se interessavam pelo lucro que eles obtinham através do trabalho que os habitantes das colônias prestavam para eles. Eles não se importavam com as condições de trabalho e tampouco se os nativos iriam ou não sobreviver a esta forma de exploração desumana e capitalista.

Capítulo 20 - A europa no final do seculo XIX


As modificações das estruturas político - econômicas na Europa no final do século XIX afetaram a sociedade mundial sob o ponto de vista cultural e transformaram as formas de agir e produzir, além de influir na vida cultural.

A França da III República (1871 - 1914) passou por períodos de paz e viu florescer partidos de direita e de esquerda, com programas radicais. Entre 1880 e 1881 votou-se as leis escolares que obrigaram à gratuidade do ensino primário, assegurando às crianças de ambos os sexos o ensino de qualidade. Esta lei foi de vital importância para garantir a ampliação dos conhecimentos, tornando o acesso ao saber mais democrático. Todos os países que passaram por esse tipo de transformação foram beneficamente afetados.

Na Alemanha houve a ampliação do Nacionalismo que tornou significativamente belicista as ações do novo império. Entre 1883 e 1889 Bismarck, que era o Chanceler, provou leis sociais que também foram importantes para setores da população que não tinham acesso a este tipo de melhoria até então: seguro de saúde, contra acidentes e invalidez.

Por toda a Europa houve uma ampliação das conquistas industriais e de transformações nas estruturas que possibilitaram novas condições de vida para os trabalhadores.

No entanto o período foi também de grandes crises e disputas entre os Estados que levaram a uma guerra de terríveis conseqüências populacionais para a Europa: a guerra de 1914 - 1918, ou a 1a Guerra Mundial. O mundo se viu envolto em práticas capitalistas que depois da intensificação de monopólios e uma política colonial agressiva, experimentou fortes métodos de cunho imperialista. A Inglaterra desenvolveu neste período uma forte política de expansão colonial e imperialista.

O Brasil nesta época também sofreu transformações importantes: de país com mão de obra escravocrata passou a ter mão de obra livre, de Monarquia para República com várias mudanças nas formas de viver o dia a dia de sua população. Pouco a pouco passou-se a contar com reflexos da modernização: a presença de cinematógrafos, iluminação nas ruas, vacinas para garantir vida mais saudável às populações urbanas e a incorporação, através das novidades divulgadas pela imprensa, dos grandes feitos científicos europeus.

A transição do século XIX para o XX foi também de estabelecimento de novas estruturas comerciais e financeiras que mudaram as características de cidades brasileiras, sobretudo o Rio de Janeiro, capital do Império e depois Capital Federal ( na República) que sofreu grandes modificações urbanas, como as reformas do Prefeito Pereira Passos que desejava transformá-la em uma moderna capital, nos moldes europeus.

Capitulo 19 – A unificação da Itália e da Alemanha

A Unificação Italiana


A configuração político-territorial da Itália, no início de século XIX, sofreu grande intervenção por parte das medidas firmadas pelo Congresso de Viena de 1814. Com os acordos consolidados, a atual região da Itália ficou dividida em oito estados independentes, sendo que alguns deles eram controlados pela Áustria.

Nesse mesmo período de recondicionamento da soberania monárquica, movimentos nacionalistas afloraram em diferentes partes da Itália. Ao mesmo tempo, as motivações e projetos desses grupos nacionalistas eram bastante variados. Envolvendo grupos de trabalhadores urbanos e rurais e alcançando até mesmo a burguesia nacional, o Ressurgimento manifestava-se em ideais que passavam por tendências republicanas e, até mesmo, monárquicas.

Outra interessante manifestação nacionalista também pôde ser contemplada com o aparecimento dos carbonários. A ação dos carbonários se estabeleceu ao sul da Itália sob a liderança do comunista Filippo Buonarotti. Lutando contra a ação dos governos absolutistas, o carbonarismo foi um dos mais importantes movimentos nacionalistas de bases popular da Itália.

Em 1831, Giuseppe Mazzini liderou outro movimento republicano representado pela criação da Jovem Itália. Mesmo não obtendo sucesso, o nacionalismo italiano ainda teve forças para avivar suas tendências políticas. No ano de 1847, uma série de manifestações antimonárquicas tomou conta da região norte, nos reinos de Piemonte e Sardenha, e ao sul no Reino das Duas Sicílias. No Reino da Lombardia consolidou-se um dos maiores avanços republicanos quando o rei foi obrigado a instituir um Poder Legislativo eleito pelos cidadãos.

Mesmo com a agitação dessas revoltas, a presença austríaca e o poder monárquico conseguiram resistir à crescente tendência republicana. Só com o interesse da burguesia industrial do norte da Itália, politicamente patrocinada pelo primeiro-ministro piemontês Camilo Benso di Cavour, que o processo de unificação começou a ter maior sustentação. Angariando o apoio militar e político dos Estados vizinhos e do rei francês Napoleão III, em 1859, a guerra contra a Áustria teve seu início.

Temendo a deflagração de movimentos de tendência socialista e republicana, o governo Francês retirou o seu apoio ao movimento de unificação. Ainda assim, Camilo di Cavour conseguiu unificar uma considerável porção dos reinos do norte. Nesse mesmo período, ao sul, Giuseppe Garibaldi liderou os “camisas vermelhas” contra as monarquias sulistas. Para não enfraquecer o movimento de unificação, Garibaldi decidiu abandonar o movimento por não concordar com as idéias defendidas pelos representantes do norte.

Dessa maneira, os monarquistas do norte controlaram a unificação estabelecendo o rei Vítor Emanuel II. No ano de 1861, o Reino da Itália era composto por grande parte do seu atual território. Entre 1866 e 1870, após uma série de conflitos, as cidades de Veneza e Roma foram finalmente anexadas ao novo governo. A unificação da Itália teve seu fim no ano de 1929, quando após anos e anos de resistência da autoridade papal, o tratado de Latrão completou a formação da nação italiana.

Apesar de representar uma luta histórica ao longo do século XIX, a unificação italiana não conseguiu prontamente criar uma identidade cultural entre o povo italiano. Além das diferenças de cunho histórico, lingüístico e cultural, a diferença do desenvolvimento econômico observado nas regiões norte e sul foi outro entrave na criação da Itália.


A Unificação da Alemanha


A Alemanha, em meados do século XIX, era formada por uma confederação de principados e Estados com sede na cidade de Frankfurt. A Prússia e a Áustria ocupavam um lugar de destaque na confederação, procurando manter o equilíbrio entre as forças revolucionárias que ameaçavam a aristocracia conservadora (junkers).
Em meados do século XIX, a agricultura era a principal atividade econômica, permanecendo as relações feudais de produção.

O poder dos junkers apoiava-se na manutenção do exército mercenário e na aquisição de terras extorquidas aos camponeses. À semelhança do que se registrava em outros países europeus, também entre os germânicos ocorria à concentração de mão-de-obra nos centros urbanos, procedentes da exclusão rural. O desemprego e as más condições de vida decorrentes desta situação provocaram revoltas e motins.

As atividades industriais desenvolvidas nas regiões da Renânia, Westfália, Silésia e Saxônia esbarravam na diversidade alfandegária dos diferentes reinos, emperrando o desenvolvimento capitalista. Para eliminar este problema, fundou-se a Associação Geral para o Comércio e Indústria, e, posteriormente, sob a liderança da Prússia, surgiu a união alfandegária – o Zollverein. Através desse acordo, foi criada uma liga aduaneira que aboliu os impostos alfandegários entre os vários Estados germânicos com a exclusão da Áustria.

Essa medida promoveu a livre circulação de mercadorias, favorecendo, desta forma, o comércio entre os vários Estados e impulsionando o desenvolvimento industrial.
Em termos políticos, diferentes ideologias foram se firmando em projetos distintos:

Os grandes industriais desejavam reformas garantidas por uma constituição;
A pequena burguesia pretendia a democracia (igualdade de direitos e soberania popular), defendia a federação e não o centralismo unitário;
As lideranças urbanas e o operariado partilhavam das idéias socialistas.

Diante do clima propício às agitações sociais, a nobreza buscou o apoio da burguesia para conter as classes sublevadas. A burguesia, por sua vez, agilizou reformas constitucionais que atendessem às suas aspirações. O rei da Prússia, Guilherme I, apoiado na força dos junkers, deu a presidência do Parlamento a Otto von Bismarck.

Capítulo 18 - Liberalismo e Nacionalismo no século XIX


O Congresso de Viena
Napoleão Bonaparte comandou a invasão de muitos países europeus. Ele tentou acabar com o antigo regime. Implantou leis baseadas no Código Civil. Desse modo, a Revolução Francesa espalhava seus ideais. No entanto, ele foi vencido por uma união da forças da Inglaterra e por países ainda do Antigo Regime. Os representantes desses países (‘vencedores’) se reuniram no Congresso de Viena, com o objetivo de desfazer o que Napoleão havia feito na Europa.Esses representantes queriam apagar o passado revolucionário. Seria como se o Antigo Regime nunca tivesse sido abalado e Napoleão não tivesse nem nascido. Os antigos reis absolutistas voltaram a governar e leis que favoreciam os aristocratas foram reativadas. A fim de evitar novas revoluções, os governos formaram uma união militar, chamada Santa Aliança. Toda vez que estourasse uma revolução num país da Europa, a Santa Aliança enviaria tropas para acabar com o movimento.
Eles acreditavam que podiam manter o Antigo Regime para sempre. Mas os acontecimentos mostraram que não era possível. Quanto mais as cidades e as indústrias iam crescendo, mais fortes ficavam a burguesia, os intelectuais e os operários (forças sociais que rejeitavam o Antigo Regime).

O Liberalismo
Os aristocratas podiam estar satisfeitos com a situação da Europa pós-Congresso de Viena, mas grande parte da população não estava. Burgueses, intelectuais, artesãos... tinham motivos de sobra para se sentirem oprimidos pelo absolutismo. As idéias políticas liberais conquistaram muitos adeptos entre esses grupos sociais. O liberalismo político tinha origem nas idéias dos iluministas. Os liberais defendiam em primeiro lugar as liberdades individuais: a liberdade de discordar do governo, de protestar, etc.
Mas nem todos os liberais eram democratas. Os liberais tradicionais queriam que o voto fosse censitário, ou seja, consideravam que só as pessoas com boa posição social deveriam ter o direito de voto. Já os liberais radicais (democratas) discordavam. Eles defendiam o sufrágio universal, ou seja, o direito de voto para todos.

O Nacionalismo
A Itália e a Alemanha eram compostas por dezenas de pequenos Estados. O que os alemães e os italianos queriam era a união desses pequenos Estados em um só.
O Liberalismo era o movimento político em favor da liberdade dos indivíduos, e o Nacionalismo era o movimento político em favor da liberdade e da autonomia dos povos, do direito de criarem seus próprios estados.

As revoluções na França
Nos anos de 1820, 1830 e 1848, estouraram diversas rebeliões populares. Logo após o Congresso de Viena (1815), a França foi governada pelo rei Luís XVII. Ele não foi um monarca absolutista. Perseguiu os que simpatizavam com a revolução de 1789 ou com Napoleão Bonaparte.
A partir de 1824, o rei Carlos X assumiu o trono. Ele censurou a imprensa e reprimiu os opositores ao regime.Em 1830, a população se rebelou em Paris e o rei Carlos X teve de renunciar. Assumiu então um novo rei, Luís Filipe de Orléans.
O rei Luís Filipe ficou conhecido como o “rei dos banqueiros” (indica que ele favoreceu os grandes capitalistas). Durante seu reinado, a França teve um período de grandes avanços econômicos e industriais. Mas cresceu a desigualdade social. Os burgueses iam ficando milionários, enquanto os operários permaneciam na penúria. Em 1848, houve uma grande crise econômica. Os salários baixaram e o desemprego cresceu, as colheitas foram ruins e a comida escasseou. A insatisfação popular explodiu numa grande revolução. Operários e artesãos juntaram-se a estudantes e pequenos burgueses, e tomaram as ruas da capital. O rei Luís Filipe foi derrubado. A França voltava a ser uma república.
Os principais partidos políticos de oposição organizaram um governo provisório. Esses “socialistas” defendiam reformas, como o sufrágio universal e a criação de oficinas de artesanato do Estado, que dariam trabalho aos desempregados.
Diante da grave situação econômica, os operários de Paris se rebelaram. Foram duramente reprimidos pela Guarda Nacional, e as ruas da capital ficaram tomadas por cadáveres e poças de sangue. A grande burguesia saiu vencedora.
Nessa época houve eleições para um novo presidente da República. As pessoas queriam a ordem e a tranqüilidade a qualquer preço. Então, Luís Bonaparte foi eleito presidente da França. Ele era sobrinho-neto de Napoleão Bonaparte, e usou o sobrenome ilustre para prometer dias fantásticos para a França. Apoiado pela burguesia e pelos militares, liderou em 1852 um golpe de Estado e tornou-se ditador.

A Primavera dos Povos
O ano de 1848 foi o mais revolucionário do século XIX, em muitas regiões. Por isso recebeu o apelido de o ano da Primavera dos Povos. Em vários outros países europeus eclodiram revoltas populares. Nas principais cidades homens e mulheres ocuparam as ruas, ergueram barricadas (usaram entulhos para bloquear as ruas) e enfrentaram as tropas dos governos autoritários.

Capítulo 17 - Pensamento Revolucionário do Século XIX


Socialismo Utópico
No século XIX, diferentes pensadores tentaram refletir sobre os problemas causados pelas sociedades capitalistas em desenvolvimento. Ainda fortemente calcados nas idéias do pensamento iluminista, esses pensadores continuaram a buscar no racionalismo a saída para as contradições geradas no interior do pensamento capitalista. No entanto, esses não faziam uma crítica radical ao capitalismo, pois ainda defendiam a manutenção de suas práticas mais elementares.

Chamados de socialistas utópicos, esses pensadores deram os primeiros passos no desenvolvimento das teorias socialistas. Os seus principais representantes são Robert Owen, Saint-Simon e Charles Fourier. Entre eles, podemos perceber claramente a construção de uma sociedade ideal, onde se defendia a possibilidade de criação de uma organização onde as classes sociais vivessem em harmonia ao buscarem interesses comuns que estivessem acima da exploração ou da busca incessante pelo lucro.

O industriário britânico Robert Owen (1771 – 1858) acreditava que o caráter humano era fruto das condições do local em que ele se formava. Por isso, defendeu que a adoção de práticas sociais que primassem pela felicidade, harmonia e cooperação poderiam superar os problemas causados pela economia capitalista. Seguindo seus próprios princípios, Owen reduziu a jornada de trabalho de seus operários e defendeu a melhoria de suas condições de moradia e educação.

Charles Fourier (1770 – 1797) criticou ferrenhamente a sociedade burguesa. Em seus escritos, defendeu uma sociedade sustentada por ações cooperativas. Nelas, o talento e o prazer individual possibilitariam uma sociedade mais próspera. A sociedade burguesa, marcada pela repetição e a especialidade do trabalho operário, estava contra este tipo de sociedade ideal. Além disso, Fourier era favorável ao fim das distinções que diferenciavam os papéis assumidos entre homens e mulheres.

Por meio do cooperativismo, do prazer e das liberdades de escolha a sociedade iria criar condições para o alcance do socialismo. Nesse estágio, a comunhão entre os indivíduos seria vivida de maneira plena. Sem almejar a distinção ou a disputa, as famílias de trabalhadores viveriam nos falanstérios, edifícios abrigados por 1800 pessoas vivendo em plena alegria e cooperação.

Saint-Simon (1760 – 1825), acreditava que uma sociedade dividia-se entre os produtores e ociosos. Por isso, defendeu outra sociedade onde a oposição entre operários e industriais deveria ser reconfigurada. Para isso, ele pregava a manutenção dos privilégios e do lucro dos industriais, desde que os mesmos assumissem os impactos sociais causados pela prosperidade. Dessa forma, ele acreditava que no cumprimento da sua responsabilidade social, o industriário poderia equilibrar os interesses sociais.

Socialismo Científico de Marx e Engels
Teoria política elaborada por Karl Marx e Friedrich Engels entre 1848 e 1867. Essa corrente deriva da dialética (resultado da luta de forças opostas) hegeliana e é influenciada pelo socialismo utópico e pela economia inglesa. A partir do materialismo histórico, prevê o triunfo final dos trabalhadores sobre a burguesia. Marx chama de comunismo essa sociedade e de socialismo o processo de transição do capitalismo ao comunismo.
Karl Heinrich Marx (1818-1883)
Filósofo, economista e militante revolucionário alemão de origem judaica. Estuda filosofia nas universidades de Berlim e Lena.. Seus artigos pró-democracia irritam as autoridades e o levam a exilar-se em Paris dois anos depois. Ali conhece Friedrich Engels, com quem manteria colaboração até o fim da vida. Em 1848 o início de revoluções na França e na Alemanha coincide com a publicação do Manifesto comunista, em que Marx e Engels afirmam que a solidariedade internacional dos trabalhadores em busca de sua emancipação supera o poder dos Estados nacionais. Junto com Engels prega uma revolução internacional que derrube a burguesia e implante o comunismo, nova sociedade sem classes. Publica em 1867 o primeiro volume de sua obra mais importante, O capital. Os volumes seguintes dessa obra, para a qual reuniu vasta documentação, seriam publicados somente depois de sua morte. Para Marx, o capitalismo é a última forma de organização social baseada na exploração do homem pelo homem. Marx é sustentado por Engels durante a maior parte de sua vida e morre no exílio em Londres.
Friedrich Engels (1820-1895)
Filho de um rico industrial de Barman (Alemanha), é o principal colaborador de Karl Marx na elaboração das teorias do materialismo histórico. Na juventude, fica impressionado com a miséria em que vivem os trabalhadores das fábricas de sua família. Quando estudante, adere a idéias de esquerda, o que o leva a aproximar-se de Marx. Assume por alguns anos a direção de uma das fábricas do pai em Manchester e suas observações nesse período formam a base de uma de suas obras principais, A situação das classes trabalhadoras na Inglaterra, publicada em 1845. Muitos de seus trabalhos posteriores são produzidos em colaboração com Marx, o que lhe valeria a fama injusta de ser apenas um ajudante. Escreve sozinho, porém, algumas das obras mais importantes para o desenvolvimento do que viria a ser chamado de marxismo, como Ludwig Feuerbach e o fim da filosofia alemã, A evolução do socialismo de utopia a ciência e A origem da família, da propriedade privada e do Estado.

O Anarquismo
O anarquismo foi um movimento que surgiu na mesma época em que emergiu o socialismo de Marx e Engels. O termo fundamental da teoria é o fim do Estado, já que existe a crença de que o mesmo é nocivo e desnecessário para a sociedade e que favorece exclusivamente as classes dominantes – no caso da época, a burguesia. A característica anarquista é a crença na liberdade e ordem obtida de forma espontânea, sem a intervenção do Estado através de leis.
Para os anarquistas, deveria haver uma sociedade sem Estado, equilibrada na ordem, na liberdade de forma voluntária e na autodisciplina. No caso, o Estado seria uma abstração, uma ficção, uma mentira, que defendia apenas as classes mais altas e deveria ser extinto. Entretanto, os anarquistas são a favor de uma forma de organização voluntária, sendo que os seres humanos deveriam ter a liberdade espontânea sem ter que seguir diretrizes partidárias, assim, a própria comunidade deveria se reunir para tomar decisões de seu interesse, desenvolvendo a responsabilidade pelo seu grupo social, ou seja, sem a existência do Estado e de leis, pois para os anarquistas, as instituições sociais de caráter autoritário impedem que o ser humano desenvolva uma perspectiva cooperativa.

A Primeira Internacional
A Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT), às vezes chamada de Primeira Internacional, foi uma organização que procurou unir vários grupos políticos de esquerda e sindicatos baseados na classe operária. A organização foi criada em 1864 em Genebra. Uma decisão importante naquele evento foi a adoção da jornada de trabalho de oito horas como um dos objetivos fundamentais da associação.

Capítulo 16 - A Revolução Industrial


Antes da Revolução Industrial, a atividade produtiva era artesanal e manual, no máximo com o emprego de algumas máquinas simples. Dependendo da escala, grupos de artesãos podiam se organizar e dividir algumas etapas do processo, mas muitas vezes um mesmo artesão cuidava de todo o processo, desde a obtenção da matéria-prima até à comercialização do produto final.


No século XVIII na Inglaterra, iniciou a Revolução Industrial, com a mecanização dos sistemas de produção. Esse fato pode ser explicado pelos seguintes fatores. A Inglaterra possuía grandes reservas de carvão mineral, a principal fonte de energia para movimentar as máquinas e as locomotivas à vapor. Além da fonte de energia, os ingleses possuíam grandes reservas de minério de ferro, a principal matéria-prima utilizada neste período. A mão-de-obra disponível em abundância também favoreceu a Inglaterra, pois havia muitos trabalhadores procurando emprego nas cidades inglesas do século XVIII. A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, comprar matéria-prima e máquinas e contratar empregados. O mercado consumidor inglês também pode ser destacado como importante fator.


O século XVIII foi marcado pelo grande salto tecnológico nos transportes e máquinas. As máquinas à vapor, revolucionou o modo de produzir. Se por um lado a máquina substituiu o homem, gerando milhares de desempregados, por outro baixou o preço de mercadorias e acelerou o ritmo de produção. Na área de transportes, podemos destacar a invenção das locomotivas à vapor e os trens à vapor. Com estes meios de transportes, foi possível transportar mais mercadorias e pessoas, num tempo mais curto e com custos mais baixos.


As fábricas do início da Revolução Industrial não apresentavam o melhor dos ambientes de trabalho. As condições das fábricas eram precárias. Eram ambientes com péssima iluminação, abafados e sujos. Os salários recebidos pelos trabalhadores eram muito baixos e chegava-se a empregar o trabalho infantil e feminino. Os empregados chegavam a trabalhar até 18 horas por dia e estavam sujeitos a castigos físicos dos patrões e não havia direitos trabalhistas. Por isso em muitas regiões da Europa, os trabalhadores se organizaram para lutar por melhores condições de trabalho. Os empregados das fábricas formaram uma espécie de sindicatos com o objetivo de melhorar as condições de trabalho dos empregados. Houve também movimentos mais violentos como o ludismo. O cartismo foi mais brando na forma de atuação, pois optou pela via política, conquistando diversos direitos políticos para os trabalhadores.