terça-feira, 30 de junho de 2009

Capítulo 25 - A crise de 1929


Com o término da Primeira Guerra Mundial os Estados Unidos passaram a ser o grande nome do capitalismo mundial. De maior devedor, o país passou a posição de maior credor mundial, pois concederam grandes empréstimos a outros países, vencedores e perdedores. Além disso, investiram na reconstrução da Europa e, ao mesmo tempo exportavam bastante para esse continente.

Porém, a partir de 1925, apesar de toda euforia, a economia norte-americana começou a ter sérios problemas. Enquanto a produção industrial e agrícola desenvolveu-se num ritmo acelerado, o aumento salarial foi muito lento. Além do mais, em conseqüência da progressiva mecanização da indústria e da agricultura o desemprego foi crescendo consideravelmente.

Após recuperarem-se dos prejuízos da guerra, os países europeus passaram a comprar cada vez menos dos Estados Unidos e a concorrer com o mesmo nos mercados internacionais. Pela falta de consumidores externos e internos, começaram a sobrar enormes quantidades de produtos no mercado norte-americano, caracterizando, assim, uma crise de superprodução, ou seja, muita mercadoria e poucos consumidores.

Na tentativa de controlar essa crise, os agricultores passaram a armazenar cereais. Para isso, tiveram que pedir empréstimos aos bancos, oferecendo suas terras como garantia, muitos perderam seus bens. Já as indústrias se viram forçadas a desacelerar o ritmo da produção e, conseqüentemente, a despedir milhares de trabalhadores, o que afetou ainda mais o mercado consumidor.

A Queda da Bolsa de Nova Iorque

Apesar da crise vivida naquele momento, os pequenos, médios e grandes investidores mantiveram suas especulações com ações. Isto é, comercializavam esses papéis por valores que não condiziam com a real situação das empresas. No entanto, chegou o momento em que a crise atingiu a Bolsa de Valores de Nova Iorque, um dos importantes centros do capitalismo mundial. Os preços das ações começaram a cair, os acionistas entraram na corrida para tentar vendê-las, mas não havia pessoas interessadas. No dia 29 de outubro de 1929, havia cerca de 13 milhões de ações à venda, mas faltavam compradores. O que resultou na queda dos preços das ações, provocando a quebra da Bolsa de Nova Iorque.

New Deal

Em 1932, com a promessa de solucionar os efeitos alarmantes da crise de 1929, Franklin Roosevelt foi eleito presidente dos Estados Unidos. Assim que assumiu o governo, pôs em prática um conjunto de medidas para tentar solucionar a crise, as quais ficaram conhecidas como New Deal. Com a adoção desse plano, o governo se desligava das idéias liberais, e passava a praticar o intervencionismo econômico. As principais medidas do New Deal foram:

• Concessão de empréstimos a empresários urbanos e rurais, que haviam falido com a crise;
• O governo passava a controlar a produção e os preços de grande parte dos produtos industriais e agrícolas;
• Construção de grandes obras públicas;
• Elevação dos salários, diminuição da jornada de trabalho e legalização de sindicatos.
• Criação do salário-desemprego e da assistência aos inválidos e velhos.

Capítulo 24 - A revolução russa



Introdução
No começo do século XX, a Rússia era um país de economia atrasada e dependente da agricultura, pois 80% de sua economia estava concentrada no campo (produção de gêneros agrícolas).

Rússia Czarista
Os trabalhadores rurais viviam em extrema miséria e pobreza, pagando altos impostos para manter a base do sistema czarista de Nicolau II. O czar governava a Rússia de forma absolutista, ou seja, concentrava poderes em suas mãos não abrindo espaço para a democracia. Mesmo os trabalhadores urbanos, que desfrutavam os poucos empregos da fraca indústria russa, viviam descontentes com os governo do czar.
No ano de 1905, Nicolau II mostra a cara violenta e repressiva de seu governo. No conhecido Domingo Sangrento, manda seu exército fuzilar milhares de manifestantes. Marinheiros do encouraçado Potenkim também foram reprimidos pelo czar.
Começava então a formação dos sovietes (organização de trabalhadores russos) sob a liderança de Lênin. Os bolcheviques começavam a preparar a revolução socialista na Rússia e a queda da monarquia.

A Rússia na Primeira Guerra Mundial
Faltava alimentos na Rússia czarista, empregos para os trabalhadores, salários dignos e democracia. Mesmo assim, Nicolau II jogou a Rússia numa guerra mundial. Os gastos com a guerra e os prejuízos fizeram aumentar ainda mais a insatisfação popular com o czar.
Greves, manifestações e a queda da monarquia
As greves de trabalhadores urbanos e rurais espalham-se pelo território russo. Ocorriam muitas vezes motins dentro do próprio exército russo. As manifestações populares pediam democracia, mais empregos, melhores salários e o fim da monarquia czarista. Em 1917, o governo de Nicolau II foi retirado do poder e assumiria Kerenski (menchevique) como governo provisório.
A Revolução Russa de outubro de 1917
Com Kerenski no poder pouca coisa havia mudado na Rússia. Os bolcheviques, liderados por Lênin, organizaram uma nova revolução que ocorreu em outubro de 1917. Prometendo paz, terra, pão, liberdade e trabalho, Lênin assumiu o governo da Rússia e implantou o socialismo. As terras foram redistribuídas para os trabalhadores do campo, os bancos foram nacionalizados e as fábricas passaram para as mãos dos trabalhadores.
Lênin também retirou seu país da Primeira Guerra Mundial no ano de 1918. Foi instalado o partido único: o PC (Partido Comunista).

A formação da URSS
Após a revolução, foi implantada a URSS ( União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Seguiu-se um período de grande crescimento econômico, principalmente após a NEP ( Nova Política Econômica ). A URSS tornou-se uma grande potência econômica e militar. Mais tarde rivalizaria com os Estados Unidos na chamada Guerra Fria. Porém, após a revolução a situação da população geral e dos trabalhadores pouco mudou no que diz respeito à democracia. O Partido Comunista reprimia qualquer manifestação considerada contrária aos princípios socialistas. A falta de democracia imperava na URSS.

Capítulo 23 - A primeira guerra mundial



A Primeira Guerra Mundial foi uma guerra ocorrida devido pretensões imperialistas entre 1914 até 1918, com conflitos principalmente em regiões européias.

Antecedentes

Nas últimas décadas do século XX, o mundo assistiu à explosão de uma Guerra Civil na Iugoslávia que resultou no desmantelamento desse país e no surgimento da Eslovênia, Croácia e Bósnia-Herzegovina, como nações independentes.
O conflito entre sérvios, croatas e bósnios irrompeu em função das diversas étnicas, religiosas e políticas existentes entre eles.

As pretensões imperialistas ganharam profundos contornos a partir de 1870, pois, nessa época, a Europa Ocidental e também os Estados Unidos expandiram sua política econômica e organizaram poderosos impérios, devido à concentração de capitais procedentes do monopólio e da fusão das empresas. As indústrias pesadas exigiram a união das empresas, a fim de garantirem maiores lucros e bons preços. Por esse motivo, tornou-se acirrada a disputa de mercadoria e de fontes de matérias-primas.

Desde o Congresso de Viena, em 1815, a preocupação dos principais paises europeus passou a ser a busca da estabilidade internacional. Para isso, as nações buscaram o prestígio nacional e o fortalecimento militar, mantendo constante vigilância para impedir o crescimento das forças contrárias e a formação de alianças entre países afins. Esta inquietação ocorria mediante o "equilíbrio de poder".

Durante a metade do século XIX, as nações imperialistas dominaram povos e territórios em diversas partes do mundo. Assim, em poucas décadas, acumularam riquezas e aumentaram muito sua capacidade de produzir mercadorias. Da disputa por mercados consumidores entre essas nações nasceu a rivalidade. E desta, a Primeira Guerra Mundial. Além da disputa por mercados, existiram também outras razões para a eclosão da guerra. Abaixo, as mais importantes:

A rivalidade anglo-alemã: A origem dessa rivalidade entre a Inglaterra e a Alemanha foi a competição industrial e comercial. Em apenas três décadas, a contar de sua unificação, a Alemanha tornou-se uma grande potência industrial. Os produtos de suas fábricas tornaram-se mundialmente conhecidos, inclusive com enorme aceitação no mercado inglês. Fortalecida, a Alemanha passou a pressionar para que houvesse uma nova repartição do mundo colonial. A Inglaterra, por sua, vez, mostrava disposição em manter suas conquistas a qualquer custo.

A rivalidade franco-alemã: Na França, o antigermanismo também era muito forte, devido à derrota francesa na Guerra Franco-Prussiana e à perda da Alsácia e da Lorena para a Alemanha.

A rivalidade austro-russa: A Rússia desejava dominar o Império Turco-Otamano, a fim de obter uma saída para o mar Mediterrâneo, e, também, controlar a península Balcânica. Para justificar esse expansionismo, criou o pan-eslavismo movimente político segundo o qual a Rússia tinha o "direito" de defender e proteger as pequenas nações eslavas da península Balcânica.

O nacionalismo da Sérvia: A Sérvia era uma pequena nação eslava independente, situada na região dos Bálcãs, que almejava libertar e unificar os territórios habitados pelos povos eslavos desta região. Opondo-se aos austríacos e aos turcos, a Sérvia aproximou-se cada vez mais da Rússia, que comprometeu-se a apoiá-la e a protegê-la militarmente. Quando, em 1908, a Áustria ocupou a Bósnia-Herzegovina, a Sérvia passou a conspirar abertamente contra a Áustria.

Capítulo 22 - As Américas no século XIX


As Américas no século XIX

O Brasil do século XIX, durante o império, era um Brasil de economia agro-exportadora, com
um fraco mercado consumidor decorrente da mão de obra escrava. Politicamente era dominado
por uma elite oligárquica que concentrava em suas mãos todos os privilégios, não
diferindo muito dos dias atuais. Possuía uma classe média fraca e indefinida, no início
do século, e uma classe operária que só teria alguma expressão nas duas últimas décadas.

Era um país, teoricamente, independente mas, na prática, dirigido pelos interesses estrangeiros, onde se destacava a Inglaterra. O setor industrial ainda era inexpressivo.

Esse quadro não se altera muito em relação aos outros países da América Latina, também subjugados pelo capital internacional, cujos benefícios, quando existem, favorecem apenas uma minoria privilegiada.
Antes, a América Latina, incluindo o Brasil eram colônias de países europeus.

No século XIX, independentes, continuam sendo explorados de outra forma: o neocolonialismo
ou imperialismo. Há que considerar, o fato de ter havido dois períodos colonialistas ou
imperialistas que apresentavam os mesmos objetivos, a exploração econômica, mas com características diferentes.

No antigo colonialismo, séculos XVI\XVII, as potências estrangeiras estavam interessadas na obtenção de produtos tropicais, metais preciosos e na exportação para as colônias de produtos manufaturados, com a finalidade exclusiva de acúmulo de capitais, em particular, metais preciosos.

Já nesse novo momento, século XIX, o imperialismo, baseava-se predominantemente no domínio econômico, sendo que no campo político o domínio era menos explícito. Os produtos que agora ambicionam e necessitam são, principalmente, carvão, ferro, petróleo e produtos alimentícios.
As potências industrializadas continuam exportando suas manufaturas, inundando os mercados consumidores da América Latina, mas, o mais importante é exportar para estas regiões subdesenvolvidas, os capitais excedentes que busca oportunidades mais lucrativas. Uma outra utilidade dos países subdesenvolvidos da América Latina é a de servir de área para despejar o excesso populacional dos países da Europa, o que motiva, no século XIX, uma intensa imigração.
A massa de imigrantes que deixa a Europa na Segunda metade do século XIX, chegando á
América Latina, transforma profundamente a paisagem humana.

Ate meados do século XIX, a América é um território eminentemente índio e negro. O novo fluxo migratório passa a valorizar as áreas temperadas da Argentina, do Uruguai e do sul do Brasil,
para onde se dirigem, sobretudo, os italianos. Á partir da Segunda metade do século XIX, a Argentina recebe, por volta de 6 milhões de imigrantes, o Uruguai, 1 milhão e o Brasil, entre Italianos, portugueses, espanhóis e alemães, recebe cerca de 3 milhões.

Para a Argentina e o Brasil, essa onda migratória tem importantes reflexos econômicos.
A Argentina de importadora de cereais, passa a exportadora de trigo.
No Brasil, o centro de gravidade econômica desloca-se definitivamente do norte para o
sul\sudeste, com predomínio de São Paulo;

A população branca tende a sobrepujar as outras etnias passando de 31% para 52%;
A crise da mão de obra na lavoura cafeeira, provocada pela extinção do tráfico de escravos, é,
enfim, superada.
Essa chegada maciça de imigrantes europeus que valorizam as áreas temperadas em detrimento
das tropicais, é notada hoje no maior desenvolvimento das regiões sul do Brasil e do restante da América Latina e foi fator importante para os países desenvolvidos, na medida em que promoveu
o fortalecimento do mercado consumidor nessas regiões devido á mão de obra assalariada.

A América Latina, ao longo do século XIX, foi pressionada por uma forma de dependência
colonial causada pelo grande volume de capitais que aqui aportaram.
Os investimentos britânicos vão se concentrar, predominantemente, na Argentina, onde
controlavam as estradas de ferro e frigoríficos, reduzindo-a á condição de colônia
financeira da Grã Bretanha.

Em segundo lugar, o Brasil, onde os investimentos se dirigem para a construção de estradas de ferro, portos, exploração de jazidas minerais, plantações de café, correios, etc visando criar uma infra-estrutura econômica que servisse de base á exploração das riquezas que interessasse mais diretamente ao capital internacional.

Em seguida vem outros países como o México, Chile ,Uruguai, Peru e Cuba.
O segundo grande investidor é a França e o terceiro,a Alemanha. A América latina, mesmo
depois de libertar do jugo colonial ibérico, foi incapaz de conduzir sua economia de forma independente, convertendo-se em fornecedora de matérias primas e alimentos.

De fato, a independência é apenas parcial, pois a exploração econômica continua em outras
bases, de modo que a independência econômica fica por concluir.